É de Cartier a frase "De repente eu entendi que a fotografia poderia captar a eternidade instantaneamente" ao comentar a fotografia de Martin Munkacsi "Boys running into the surf at Lake Tanganyika", e é essa a sensação que transmitem as imagens registradas por ele.
A observação da imagem não põe a refletir sobre a nitidez da imagem, que não são o foco inicial dessa fotografia, mas no momento da imagem e a motivação, o que queria transmitir o fotógrafo nessa captura do instante único.
Conhecido como o mestre do fotojornalismo, o francês Henri Cartier Bresson impressiona com o uso que faz dos ambientes, das linhas e curvas, dos objetos e das pessoas, movimentos e imobilidades, o todo que compõe as imagens de Cartier-Bresson captam a essência do momento para transforma-lo em eterno, seja ele posado ou espontâneo.
Behind the Gare Saint-Lazare (1932), por Henri Cartier Bresson

A foto foi tirada a partir da observação do fotógrafo da praça alagada e da forma que as pessoas utilizavam o espaço, evidenciando a necessidade de paciência e atenção para uma captura tão criativa.
A imagem escolhida transmite os elementos tão importantes para Cartier-Bresson, a urgência do momento do salto em movimento do homem em contradição e em sintonia com o poster da bailarina que realiza o mesmo movimento, mas estático, em direção oposto no fundo da imagem, as linhas e contornos da cidade, tão presentes no cotidiano do local permanecem e ganham a frente e o fundo da imagem, compõem o cenário ideal para a pressa do homem, mesmo que ao fundo possa se observar a quietude na pose de outro homem, na altura da bailarina.
A água, presente também em outras fotografias, oferece a cena toda, bailarina, homens e grades, refletindo assim o inesperado movimento e o cenário que parece esperar por aquele momento.
Camila Freitas e Fernanda Bredariol.
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