domingo, 23 de outubro de 2011

Benjamin na quinta

Não esqueçam: quinta dia 27 a obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica (ou de suas técnicas de reprodução), ambas as traduções são boas.

sábado, 22 de outubro de 2011

INDICAÇÕES PARA O TRABALHO FINAL

Trabalho final:

(a ser entregue em 24 de novembro)

O trabalho final será realizado com base em uma fotografia de família. Deve-se escolher uma foto dentre várias (um recorte em uma série). A foto deve ter sido tirada antes mesmo de vocês nascerem, ou então quando vocês eram ainda bebês e não tinham consciência de que a foto estava sendo tirada.


O trabalho divide-se em três partes:

1ª parte: fotografia como objeto

- Descrição física da fotografia escolhida.

Dimensões da foto, papel usado, máquina fotográfica utilizada, estado de conservação (se está amarelada, amassada, desbotada, se tem rasgos ou marcas etc.), se é colorida ou preta e branca etc.

2ª parte: Studium

- Narração da fotografia escolhida. Fingindo que o leitor de seu trabalho final não pode enxergar a imagem, descrever a cena: quem está sendo fotografado (personagens), o que estão fazendo, como estão vestidos, seus gestos.

Além disso, deve-se narrar quem tirou a foto, por que tirou, onde tirou, o que estavam fazendo os referentes da foto (por exemplo se era um data comemorativa) etc.

- Para estas informações deve ser feito um trabalho de "história oral", de conversa com familiares, para obter as informações sobre a foto.

- Pode-se trabalhar com fotos espontâneas, ou então posadas propositalmente (por exemplo, para um casamento). As espontâneas costumam “render mais”. Procurem uma foto que fuja do glamour (é desejável que não seja foto alterada posteriormente, ou perfeita demais).

3ª parte: Em busca do Punctum

- Escrever sobre o que lhe toca na foto. Qual o detalhe da foto que punge? Toda foto tem uma história, e é sobre essa história e sobre sua escolha que vocês devem discorrer aqui.

- É uma parte mais pessoal, onde pode-se descrever sensações, os motivos de escolha da foto dentre outras, as impressões que ela suscita.


Importante: Incluir uma cópia da foto no trabalho. Por favor não inclua o original.

O trabalho pode ser digitado ou escrito a mão.

Não há número de páginas pré-determinado.

Bom trabalho a todos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cristiano Mascaro.



Cristiano Alckmin Mascaro (Catanduva SP 1944). Fotógrafo, arquiteto e professor. Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, é um dos mais importantes fotógrafos da capital paulista e de sua arquitetura, que documenta sistematicamente há mais de duas décadas.










O que nos chamou atenção nessa foto, foi a simplicidade que ela nos remete.
Quintais, muros baixos, calçadas acidentadas, árvores, carros estacionados, rua asfaltada e de paralelepípedo; não há nada magistral na imagem, ela é simples, porém, contém uma profundidade estética e um silêncio imaginativo. Outro detalhe da imagem se dá pelo alinhamento que a ela possui. Os carros estão enfileirados, bem como as árvores, os muros e o asfalto - todos os elementos da foto são paralelos, a partir da guia da calçada (que se vê horizontal).


Aline Assencio e Pedro Forti.

Festival Hercule Florence

Para os apaixonados por fotografia se inscreverem...e que tal se arriscarem no concurso?


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Festim Diabólico


Olá pessoal!

Seguindo o tema de nossa última aula, eu queria mostrar um filme bastante famoso, mas que mostra o uso das câmeras e cortes na filmagem de um modo peculiar.
O filme se chama "Festim Diabólico" de Alfred Hitchcock. Foi filmado em 1948 e o diretor quis fazer algo ousado e radical na época: uso do tempo real no cinema. A história é baseada em uma peça de teatro e foi feito o filme dessa forma. Basicamente um único cenário onde não há cortes nas cenas. A câmera acompanha as pessoas andando pela sala sempre no mesmo ângulo. Os únicos cortes que aparecem são devidos a uma limitação técnica daquele período. Os rolos de filmes só conseguiam filmar 10 minutos.
Para driblar isso, Hitchcock faz os cortes no momento em que fica escuro na frente da câmera. Assim, ele geralmente foca nas costas de alguém, ou na parede, ou em algum outro lugar, para corta a cena. Entretanto, o tempo não se perde, pois as cenas foram construídas de forma que o público não perceba os cortes e não perca a linha do tempo.
Assim diz Hitchcock:

A peça teatral desenrolava-se ao mesmo tempo que a ação; esta era contínua, desde o levantar até o baixar do pano. Eu fiz a mim mesmo a seguinte pergunta: como posso rodá-lo de maneira semelhante? A resposta era evidente: a técnica do filme seria igualmente contínua e não haveria nenhuma interrupção no decorrer de uma história que começa às 19:30 e termina às 21:45. Então ocorreu-me a ideia louca de fazer um filme que constasse de um único plano. Atualmente, quando penso nisso me dou conta de que era completamente estúpido, porque rompia com as minhas traições e renegava as minhas teorias sobre a fragmentação do filme e as possibilidades da montagem para contar visualmente uma história”. 


Segue uma cena onde podemos ver que em 3:30 temos o corte; mas em nenhum momento a câmera sai do ângulo, sempre acompanhando as pessoas.


Um outro olhar sobre o 11 de setembro


Em setembro deste ano, no jornal The Guardian, um artigo trouxe de novo à baila a controversa foto de Thomas Hoepker sobre jovens aparentemente conversando tranquilamente enquanto milhares de pessoas morriam nas Torres Gêmeas em Nova York. Oculta por muitos anos, por decisão do fotógrafo, e apenas divulgada muitos anos depois do 11 de setembro (que já completou uma década), o debate sobre a imagem oscilou entre os comentários gerais da falta de consciência dos jovens americanos aos protestos dos fotografados, que disseram que estavam conversando para superar o estado de choque em que se encontravam e que foram fotografados sem permissão.
Para o artigo completo:

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Marc Ferrez, o fotográfo do Brasil.

File:Cafe porto Santos 1880.jpg

Autor: Marc Ferrez
Descrição: Café sendo embarcado no porto de Santos, 1880.
Data: 1880.

Não apenas na Europa e Estados Unidos que existiram grandes fotógrafos, que retratavam o cotidiano de uma região afim de realizar um registro histórico da mesma. No Brasil temos um fotógrafo que tinha tal ambição, o nome dele é Marc Ferrez.
No dia 7 de dezembro de 1843, nasce no Rio de Janeiro um grande aficionado por tal cidade (a qual foi posteriormente conhecida por cidade maravilhosa, título o qual devemos reconhecer o trabalho de "divulgação" das belezas do Rio por Ferrez), de origem francesa, Ferrez apendeu logo cedo (aos 21 anos) o ofício de fotógrafo, ofício o qual exerceu com tamanha perfeição que foi chamado para ser fotógrafo oficial do Império (exemplo o título recebido em 1880 de photographo da Marinha Imperial).

Seu trabalho foca-se mais na cidade do Rio de Janeiro, onde fotografava diversas paisagens e o próprio povo da região, como na foto "Vendedor de tecidos do Rio de Janeiro" de 1895:
File:Afot3602.jpg

Seu trabalho é imensamente reconhecido e diverso, provavelmente todas as fotos que você já viu do Rio de Janeiro no período Imperial e início da república foram tiradas pelas lentes de Ferrez. Seu acervo hoje conta com aproximadamente 5.500 imagens, dessas 80% em perfeitas condições.

Escolhi como foto principal a que retrata a estiva no porto de Santos, em São Paulo. Primeiramente pelo fato de retratar a principal fonte econômica do país no século XIX (e sua precariedade quanto retratada no âmbito social) e também pelo fato de ser diferente das demais fotos de Ferrez (por ser tirada em São Paulo e não na cidade do Rio de Janeiro).

Ferrez foi responsável pela divulgação de um país para ele próprio, se pensarmos nas dimensões continentais do país que eram agravadas com o advento de menor expansão do transporte no século XIX, muitos brasileiros nunca conheceriam suas próprias paisagens senão através das lentes de Marc Ferrez.

Tais retratos, ricos em detalhes nos permite fazer grandes reflexões sobre a situação atual dos ambientes retratados, como exemplo novamente o do porto de Santos. Por fim, deixo algumas imagens de Ferrez a serem comparadas com imagens atuais, gerando assim uma reflexão da forma que o país se desenvolveu e se a situação da camada mais prejudicada da sociedade mudou ou não nesse mais de um século que nos distanciam das fotos de Ferrez.

Porto de Santos hoje, comparado com a imagem de Ferrez, vemos que muita coisa mudou (até mesmo na condição do trabalhador, que antes possuía um emprego prejudicial a si mesmo, e hoje, nem mesmo o emprego possui mais).

File:Ipanema, RJ, 1870.jpgIpanema, por Marc Ferrez em 1870.

Ipanema atualmente.

Enseada de Botafogo, 1885.

Enseada de Botafogo, dias atuais.

Avenida Central (atual Rio Branco), 1910.
Mesma avenida retratada atualmente.

E por fim, deixo uma foto curiosa que nos revela o pinhole feito nas fotos de Ferrez:
O homem de calças brancas é Marc Ferrez, o de calças escuras é um amigo dele. Tal foto saiu dessa forma por um tempo de exposição demasiado de Ferrez. Rio de Janeiro visto de Santa Teresa, 1885.

Esse foi Marc Ferrez, grande fotógrafo brasileiro que ajudou a construir e difundir a fama do país por sua beleza natural.

Sugestões de leitura:





quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fotógrafos: Robert Capa. Por Danilo Pagoto e Felipe Cerejo


Essa foto, tirada por Robert Capa durante a Guerra Civil Espanhola, ficou conhecida como " A morte de um soldado legalista", pois retrara o momento exato em que o soldado é alvejado pelo tiro que lhe roubou a vida. A imagem impressiona principalmente por dois fatores: Os incríveis senso de oporunidade e velocidade apresentados pelo fotógrafo, que conseguiu captar o instante exato do tiro fatal, e a sensação de impotência e fragilidade que nos segue enquanto seres humanos. Pois naquele instante captado pelo obturador, o homem ainda vive, mas todos nós sabemos que no segundo seguinte aquele soldado já estaria morto, e que ele poderia ter sido só mais uma baixa entre as inúmeras da guerra, se não tivesse sido imortalizado pela foto, mesmo que ela retratasse seu último suspiro...

Momento Decisivo

É de Cartier a frase "De repente eu entendi que a fotografia poderia captar a eternidade instantaneamente" ao comentar a fotografia de Martin Munkacsi "Boys running into the surf at Lake Tanganyika", e é essa a sensação que transmitem as imagens registradas por ele.

Conhecido como o mestre do fotojornalismo, o francês Henri Cartier Bresson impressiona com o uso que faz dos ambientes, das linhas e curvas, dos objetos e das pessoas, movimentos e imobilidades, o todo que compõe as imagens de Cartier-Bresson captam a essência do momento para transforma-lo em eterno, seja ele posado ou espontâneo.

Behind the Gare Saint-Lazare (1932), por Henri Cartier Bresson

A observação da imagem não põe a refletir sobre a nitidez da imagem, que não são o foco inicial dessa fotografia, mas no momento da imagem e a motivação, o que queria transmitir o fotógrafo nessa captura do instante único.

A foto foi tirada a partir da observação do fotógrafo da praça alagada e da forma que as pessoas utilizavam o espaço, evidenciando a necessidade de paciência e atenção para uma captura tão criativa.

A imagem escolhida transmite os elementos tão importantes para Cartier-Bresson, a urgência do momento do salto em movimento do homem em contradição e em sintonia com o poster da bailarina que realiza o mesmo movimento, mas estático, em direção oposto no fundo da imagem, as linhas e contornos da cidade, tão presentes no cotidiano do local permanecem e ganham a frente e o fundo da imagem, compõem o cenário ideal para a pressa do homem, mesmo que ao fundo possa se observar a quietude na pose de outro homem, na altura da bailarina.

A água, presente também em outras fotografias, oferece a cena toda, bailarina, homens e grades, refletindo assim o inesperado movimento e o cenário que parece esperar por aquele momento.


Camila Freitas e Fernanda Bredariol.

"Paulicéia Desvairada"



- Essa foto encontra-se no arquivo público do estado de São Paulo

O fotógrafo suíço-brasileiro Guilherme Gaensly (Wilhelm Gänsly) foi um dos grandes fotógrafos de cartões-postais da cidade de São Paulo no começo do século XX. A imagem que escolhemos retrata a Rua XV de Novembro, cuja história remete ao século XVII e que liga dois pontos históricos da cidade de São Paulo: o Pátio do Colégio e o Largo de São Bento.

A primeira coisa que percebemos na foto foi a vestimenta de todos os presentes, homens vestidos de terno, gravata e chapéu, as poucas mulheres abusam de vestidos volumosos e usam também chapéus. O aspecto inicial a ressaltar sobre as roupas é o obvio ululante: todos, mesmo que com alguns detalhes diferentes, se parecem. Essas igualdades da moda provem de uma imposição muito forte da aristocracia do século XIX que permanecia até a data da foto, portanto, é extremamente difícil segregar as diferentes classes sociais pelas roupas. Os dias de hoje são coloridos por diferentes formas de expressão individual, a maneira de como cada um se veste é uma forma individual e única da sua personalidade. Essa liberdade é linda, mas com ela se agrava um problema forte da sociedade; o julgar pela aparência, julga-se o livro pela capa, ou melhor, pela marca da roupa, pela maneira que a pessoa usa certas roupas, até consegue-se determinar a classe social e qual é o gosto da pessoa para muitas coisas.

Outro aspecto que prende nosso olhar é a arquitetura. Já nessa foto, podemos perceber que a maioria das construções presentes na foto são voltadas ao comércio e aos serviços. O único letreiro que podemos distinguir é o de uma relojoaria. É interessante perceber, ainda, que diversas construções da rua tiveram sua arquitetura preservada, e podem ser vistas ainda hoje (como se vê na 2ª foto).

Em último lugar, percebemos na rua retratada uma mudança de caráter mais prático, em decorrência das demandas de uma metrópole em crescimento. Na foto de Gaensly podemos perceber elementos relacionados ao transporte: uma carruagem e os trilhos de um bonde elétrico. Hoje essa rua se encontra totalmente pavimentada, destinada apenas ao transito de pedestres, o que reforça a visão da rua XV de novembro ao comércio, afinal, hoje ela é sede de diversos estabelecimentos como teatros, comércios e bancos (lá se localiza, até hoje, a sede da Bolsa de Valores de São Paulo, BOVESPA).





Vitor Martins & Matheus Fernando Pirolo

Rua Direita - Militão Augusto de Azevedo


Álbum: Cidade de São Paulo (1862-1863)
Título da fotografia: Rua Direita
Autoria: Militão Augusto de Azevedo
Local: São Paulo - SP
Data: 1860.
Dimensão: 14,5 X 21cm
Local: Acervo digital da Biblioteca Mário de Andrade
Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bma/tesouros_da_cidade/index.php?p=1096 (É necessário instalar um plugin, que permite o acesso a todo acervo virtual da Bbiblioteca Mário de Andrade)

Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) fotografou a cidade de São Paulo, no final do século XIX, a partir de diversos ângulos, o que ficou registrado principalmente no Álbum comparativo da cidade de São Paulo, onde podemos observar o mesmo lugar por meio de diferentes enquadramentos, o que fez com que suas fotografias se tornassem importantes documentos históricos.

Na fotografia acima, o que mais chama atenção é a surpresa que temos ao olhar para ela: nos deparamos com uma São Paulo que não conhecemos, mas que existe em nosso imaginário. Essa fotografia mostra que de fato aquela São Paulo existiu, mas muito mais do que isso: é uma outra São Paulo - uma cidade sem trânsito (não vemos carros), sem os prédios que cobrem quase por completo a vista e pouco movimentada (ao menos em relação à situação atual), por exemplo.

Portanto, é o deslocamento temporal que nos surpreende, que nos causa estranhamento - uma única cena da cidade de São Paulo imobilizada, obstruída, interrompida pelo fotógrafo e registrada pela fotografia.

Assim, temos aqui uma presença-ausência, para relembrar Barthes: uma São Paulo que já existiu, mas que se modificou e não existe mais; por outro lado, essa São Paulo do século XIX ainda "existe", visto que se encontra imortalizada pela fotografia de Militão.

Julia Kumpera e Ana Luiza Fazolli

Sebastião Salgado

Índia -Migrações


Local: Estação Church Gate - Bombaim, India.



Sebastião Salgado (1944 - ???), fotógrafo brasileiro de renome internacional, é conhecido principalmente pelas suas fotografias de crítica social, apresentando, por exemplo, as lutas por terra no Brasil ou a realidade de populações miseráveis em vários países africanos. Produziu diversas imagens impactantes, a tal ponto que foi muito difícil escolher apenas uma delas para ser analisada. A fotografia acima, entretanto, chamou a nossa atenção de forma especial.
Decerto há particularidades sócio-históricas que o fotógrafo (Operator) pretendia captar e que permitem ao observador (Spectator) estabelecer uma relação entre a fotografia e o contexto em que foi produzida. Embora seja essencial dispor de profundo conhecimento sobre o contexto histórico retratado para fazer uma análise historiográfica ou sociológica, não é preciso tanto para se sentir atraído por essa imagem; a multidão registrada parece tragar o observador para a fotografia.




O mais surpreendente da imagem é que ele aparentemente contradiz uma tendência geral das fotografias: aquilo que Roland Barthes chama de “imobilização do Tempo”. Esta fotografia tem o mérito de representar o próprio movimento e a passagem do tempo, como se percebe por meio das silhuetas distorcidas da multidão que se desloca freneticamente. Apresenta assim o que paradoxalmente denominamos de “imobilização do movimento”: o intenso movimento de uma estação de trem, durante uma parcela ínfima de tempo, é congelado pelas lentes fotográficas, tornando-se o próprio Referente da imagem.


O mais curioso é que, num cenário onde apenas as placas da estação não têm movimento aparente, há uma mulher no canto inferior esquerdo que se locomove em ritmo diferente ao dos demais transeuntes; nota-se que sua figura é bem mais nítida que a dos outros indivíduos. Esse detalhe que punge – esse punctum, citando Barthes novamente – suscitou-nos uma, digamos, “meta-análise”. A imagem poderia ter sido feito numa estação de metrô em São Paulo ou em outra metrópole brasileira qualquer; será então que nós, nessa movimentada vida contemporânea, observamos com atenção o mundo ao redor? Ou vivemos todos apressados como a multidão de migrantes indianos, a nada prestando atenção? E ao observarmos as fotografias desse blog? Olhamo-nas com o olhar analítico de um historiador e a calma da senhora da foto ou com a pressa do internauta que tem mais uma dezena de blogs para ler?



Guido Santos e Natália Barbarini

Dorothea Lange

Imagens expostas em: Library of Congress - Washington, DC.


(Child and her Mother, Wapato Yakima Valley, Washington)

A imagem da menina na cerca nos transmitiu muitas emoções, como também um movimento: a menina corre até a cerca e, sua mãe a observa, tentando entender o que sua filha pretende fazer ou olhar. A feição de seu rosto (da menina) expressa um desejo de fuga, como ao mesmo tempo, uma grande desilusão e desamparo. Talvez, além da cerca, existisse outro lugar, mas a cerca a impede, como também a ampara, de uma realidade, na qual não pôde fugir. O rosto da menina, em nossa interpretação, é o ponto da foto em que nosso olhar se volta várias vezes (punctum). As imagens capturadas por Lange são imagens fortes e podem ser usadas pelos historiadores como fonte, em pesquisas sobre o período da grande depressão de 1930, nos EUA.

(?)

Em contrapartida achamos interessante também mostrar essa outra foto da mesma fotografa que, a nosso ver, quebra um pouco da dureza vista na maioria de suas imagens sobre a grande depressão norte americana. Ao contrário da foto anterior essa imagem possui uma leveza na expressão da criança; seu olhar é sonhador e seu sorriso é calmo. Aparenta ter se jogado na grama em uma tarde de sol observando o céu, sem impasses, sem nenhuma angústia sobre a vida naquele momento. Ao nosso ver o punctum está nos olhos dela, visualizando a imensidão do céu...

Achamos incrível como a fotografa Dorothea Lange consegue transmitir tantos sentimentos com as suas fotos, impossível olhar uma e não querer ver o que mais a fotografa apreendeu com sua câmara. Fotos de imigrantes, sem tetos, crianças, famílias e multidões e a mais famosa “Mãe imigrante” é considerada um marco sobre a Grande Depressão dos EUA, mas essa deixamos para os interessados pesquisarem no google!!!

DUPLA: Ligia Cristina Machado e Juliana Videira

Félix Nadar

Félix Nadar, Marie Laurent, 1856, Biblioteca Nacional da França
20 x 16,2 cm, oval

Apresentação do Fotógrafo
Félix Nadar, pseudônimo de Gaspard-Félix Tournachon. Lyon, 1820 – Paris, 1910.
Em 1860, fotografou catacumbas com luz artificial, bem como os esgotos e fossas de Paris. Esteve sempre muito interessado pelas ideias mais avançadas de seu tempo em política, literatura e ciências, e foi um condutor da liberdade de expressão. Famoso por seus retratos fotográficos, em 1874 emprestou o seu estúdio para a realização da primeira exposição de pintura dos impressionistas, tendo ficado agradavelmente surpreendido com o rebuliço levantado pela apresentação da nova escola.
Fonte: http://www.fotodicas.com/biografias/nadar_gaspar_felix_tournacho.html

Comentário
O primeiro a se reparar é a posição inusitada da moça registrada, de costas. Podemos levar em consideração que a maioria das pinturas e fotos que trazem uma mulher de costas geralmente tem um ar de sensualidade, já que elas estão sempre com grande parte das costas despidas, preparando-se para o banho ou cenas afins, ao contrário dessa, que traz um ar solene e elegante.
Num contexto em que a foto era artigo de luxo, feita para o fotografado se ver e ser visto, é de se estranhar uma fotografia que traz o retratado de costas. A moça nos dá a impressão de querer se esconder, não se mostrar, construindo assim uma identidade diferente quando comparada com as outras poses comuns à época. Uma explicação para a pose poderia ser a de que a moça pertence a classe alta, não sendo esta, portanto, sua única foto. Vale ressaltar que o studium tem sua importância diminuída na foto, já que nos parece que o fotógrafo quis voltar toda a atenção do observador para a posição da retratada, o que consequentemente torna essa mesma posição o punctum da imagem.

Por:
Cassia Manso Maschieto
Clarita Maria de Godoy Ferro

Hildegard Rosenthal







Hildegard Rosenthal (1913 - 1990)
Foto: Ladeira Porto Geral, esquina com Rua 25 de Março. São Paulo - SP. 1940.

A maioria das fotos de Hildegard são de São Paulo, documentando a arquitetura e o povo da cidade. Na procura de uma foto para a postagem, nós percebemos que ela sempre capturou momentos espontâneos, onde, aparentemente, ninguém está posando. Até que achamos essa foto. O homem com a roupa desarrumada, o rapaz com a mão no quadril, demonstrando, talvez, um cansaço, outros comendo frutas; esses elementos nos dão a impressão de que essas pessoas foram pegas desprevenidas. Mas reparem na moça comendo a fruta. Ela é a única a olhar para a fotógrafa (e para nós):

Parece que achamos nosso punctum. Pelo simples fato de ela reparar que está sendo fotografada, seu corpo parece fazer uma pose, ao contrário das outras pessoas. E o seu olhar prendeu a nossa atenção, tornando-se o foco. Mas ao olharmos mais, o punctum mudou, ou melhor, ampliou-se. Reparamos na placa pendurada no poste: 
Não sabemos se foi intencional ou "pura sorte", mas parece que a placa faz alusão a própria moça. O olhar dela tão único na foto (olhar fixo em nós) vai na direção contrária a de todos os outros. Está na contra-mão. 
O studium está explícito no título da foto. Ladeira Porto Geral, esquina com 25 de março. É interessante ver como um ponto da cidade tão movimentado atualmente foi no passado. Ao fundo vemos alguns grupos de pessoas andando, mas temos a impressão de ser uma rua tranquila, se comparado ao que é hoje em dia.
Procuramos no Google Maps como é a rua hoje, e achamos o ponto onde ficava essa barraca de frutas no Street View:

Reparem nos prédios do lado esquerdo. São os mesmos da fotografia da Hildegard. Achamos que a Brilho's é o ponto onde estava a barraca de frutas. E é legal ver a mudança no vestuário das pessoas. Segue o link do Street View para poderem ver melhor: Ladeira Porto Geral


Gilberto Pereira Schneiker
Nadhiny Keteriny







Hans Gunter Flieg


Centro de São Paulo visto do Edifício Altino Arantes, 1950- São Paulo/SP
Fotógrafo: Hans Gunter Flieg
Hans Gunter Flieg nasceu na Alemanha em 1923, e mudou-se para São Paulo com a família em 1939. A partir daí ele começou a fotografar a modernização da cidade. Assim escolhemos essa foto, por representar justamente essa fase de modernização que chamava a atenção do fotógrafo. Além disso essa foto também nos chamou a atenção por representar a cidade de São Paulo mais moderna do que imaginávamos ser em 1950. Nela já podemos ver grandes edifícios e até mesmo propagandas como a da Coca-Cola.
Gabriela e Patrícia

André Kertèsz

Fotografia: Place Gambetta- Paris, 1929
Autor: André Kertèsz

André Kertèsz era um fotógrafo húngaro, naturalizado norte-americano. Nasceu em 1894 em Budapeste e faleceu em 1985, em Nova Iorque. Nos anos 20 mudou- se para Paris, onde se estabeleceu como fotógrafo. Já em Nova Iorque, trabalho para as revistas Vogue e Haper's Bazaar. Sua obra situa- se entre a reportagem e a pesquisa espacial.

Escolhemos essa fotografia pela impressão que o jogo de luzes nos causa: a de que toda a rua está inundada como se fosse um imenso lago e que ele está transbordando e molhando a calçada onde um pedestre solitário caminha com um guarda chuva. Mas logo nosso olhar nos mostra o automóvel bem no canto da foto, nos revelando que não se trata de uma inundação, apenas de uma rua comum num dia muito chuvoso.
Esse cenário transmite a quem olha um sentimento de melancolia e solidão, ao mesmo tempo que brinca com o espaço e com as luzes, confundindo o olhar (afinal, se trata de uma rua, mas que poderia ser classificada como um lago sem a presença de certos elementos).

Ana Lidia e Rosane

Execução


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Fotógrafo: Eddie Adams (1933 – 2004)
Eddie Adams foi um grande fotojornalista que se notabilizou por trabalhar em guerras. A foto escolhida, inclusive, lhe rendeu um prêmio Pulitzer.
Numa analogia com as reflexões levadas a cabo por Roland Barthes em “A câmara clara” , pode-se destacar na imagem a visível presença da morte . Tal presença está em evidência em três níveis : na lente do fotógrafo ao “prender” a imagem para sempre no papel ; a morte do vietcong alvejado pela arma ; e por fim a morte do próprio general retratado , dado que a veiculação da imagem permitiu sua identificação em um momento posterior , quando o vietnã do Norte tomou o Sul , executando os antigos líderes pró- Estados Unidos.
Outro ponto que merece destaque é o local onde se deu a execução. Olhando a imagem notamos que tudo ocorreu no “meio da rua”, ou seja, em um local com grande visibilidade e trânsito de pessoas (inclusive notamos algumas ao fundo da imagem). Isso pode fazer surgir algumas questões. Como estas outras pessoas reagiram na hora do disparo? O que aconteceu com o corpo, foi retirado ou ficou lá mesmo? Será que o rapaz assassinado tinha alguém para se importar com a sua morte? Infelizmente, acreditamos que estas dúvidas nunca serão solucionadas.

Para mais informações sobre Eddie Adams , descobrimos um documentário , disponível em partes no youtube , chamado “Un Unlikely Weapon”.

no ordinary eyes

Marlene, 1957

Brassaȉ (9 setembro de 1889 – 8 de julho de 1984) é um fotógrafo famoso por suas imagens noturnas de Paris, nas quais as luzes, a neblina e o chão molhado pela chuva são salientes na composição simétrica entre paisagem urbana e natureza.
Mas se Brassaȉ fotografava a Paris vazia, ele também registrava lugares intimistas, como o Café de Flore, famoso pelos frequentadores Sartre e Simone de Beauvoir, que foram eternizados no seu ambiente habitual pelas lentes do fotógrafo. Também é do café que ele fotografava a intimidade de muitos casais em beijos, flertes e namoricos, com imagens tecnicamente muito bem construídas em reflexos nos espelhos.
Dentre as diversas fases fotográficas de Brassaȉ, inclusive pelas formas rabiscadas em paredes, ou pelas séries de fatos cotidianos, como a morte, escolhi a imagem intitulada Marlene, 1957.
Está imagem chamou minha atenção porque ela é um registro cotidiano. É como se ela nos apresentasse duas emoções: a da modelo/atriz estampada na propaganda de rua, com uma lágrima no canto do olho, mas também a contemplação do ciclista, que supõe outra emoção. Assim, ao mesmo tempo, contemplamos duplamente ao observar Marlene e ao analisar a imagem que o ciclista vê. E assim, talvez, podemos enxergar um pouco como Brassaȉ fotografava: “no ordinary eyes”.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Richard Avedon







Fotografia:Ezra Pound,1958


Autor: Richard Avedon




Richard Avedon foi um fotógrafo estadunidense responsável pela expansão da indústria da moda e da era das "super modelos",valorizava as representações irreverentes e naturais das fotografias,foi ele quem mudou os padrões de poses rígidas e formais.Fotagrafou diversos artistas e trabalhou em revistas renomadas como a Vogue .



Esta fotografia retrata Ezra Pound,um poeta norte americano que desenvolveu estudos sobre a poesia moderna e torna-se líder do movimento imaginatista, que pregava a eficácia da poesia sem excessos,mas sim dizer o máximo com o mínimo de palavras.Durante a segunda guerra se diz a favor do regime facista e é internado sob pretexto de ter problemas mentais.

Escolhemos este retrato, pela maneira com que o poeta é mostrado, com uma expressão de dor,angústia,tristeza,desepero, a foto conseguiu nos transmitir a naturalidade com que foi fotografado sem esconder seus sentimentos e assim como sua poesia, mostra o máximo com muita simplicidade.


As cores,a maneira como ele foi fotografado,nos chamou atenção e nos mostrou seus sentimentos e nos transmitiu sensações observando somente seu rosto,parte de suas roupas e sua expressão, assim como em sua poesia o mínimo disse muito e nos transmitiu sensções de angústia,tristeza e dor que ele sentia,acentuada pela cor da fotografia e o modo como ele foi fotografado.


Ana Clara e Beatriz

Thomaz Farkas


Autor: Thomaz Jorge Farkas (Budapeste, 1924 - São Paulo, 2011)
Título da foto: Brasília (1960)

Thomaz Farkas era húngaro, mas veio para o Brasil ainda criança. Graduou-se em engenharia mecânica na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e foi diretor da Fotoptica. Trabalhou como fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema.

A construção e formação da cidade de Brasília é tema recorrente nas obras de Farkas, que acompanhou todo processo. Essa foto, especificamente, refere-se a inauguração do Congresso Nacional, em 21/04/1960. A obra retrata a presença de muitas pessoas na parte superior da construção, no entanto parecem ser apenas políticos e outras figuras importantes da época, por estarem todos reunidos em uma "área nobre", e por não ser possível visualizar um local específico para a população. Outro aspecto que nos chamou a atenção na foto é a ausência do espelho d'água que cobre a parte frontal do Palácio do Congresso, o que pode evidenciar a pressa com que a cidade foi construída e a necessidade de inaugurá-la rapidamente.

Por Michel Augusto Mendes e Otávio Spinace

Tears - Man Ray

Autor: Man Ray (1890 - 1976) EUA
Fotografia: Tears (1930- 1932)

Nossa pesquisa referiu-se ao fotógrafo norte americano Man Ray, e a fotografia escolhida para análise chama-se Tears. Sobre tal fotografia, cremos que seja possível visualizá-la sobre dois enfoques: hora entregar-se à primeira impressão cuja imagem nos traz, mas hora também pensá-la racionalmente - visualizando principalmente a ausência da boca da referente.
Sobre a primeira impressão, nota-se um olhar dramático e agonizante, porém mesclado a um estranhamento - diz-se das peculiares lágrimas. Estas, que se põem a imagem de forma simétrica e arranjada no rosto da referente, conota um ar de crítica; algo bastante direcionado a uma sociedade em busca de perfeições tolas e desnecessárias. Também é possível visualizar nesta primeira impressão que a referente permanece fitando o suposto causador de sua tristeza, mas o ar de dúvida é grande. Já analisando-a de forma mais racional, notando a ausência da boca, é possível questionar esta primeira impressão, ao imaginarmos uma continuidade da fotografia e visualizarmos diferentes expressões labiais, que poderiam expressar diferentes emoções e razões de tais lágrimas, podendo anular - ou não - a primeira interpretação desta imagem. A impressão que se tem de tal fotografia é puramente artística, porém podendo ser analisada historicamente.


Thais Montanari e Osmar Piazzi



Musician in the Rain - Robert Doisneau

Robert Doisneau (1912 -1994) foi um famoso fotógrafo francês, registrava principalmente a vida social das pessoas, e também trabalhou com fotografias para revistas.

Ao pesquisar sobre o Robert Doisneau eu dei de cara com a fotografia mais famosa dele "O Beijo do Hotel de Ville" (Paris, 1950), e várias outras em que o tema central é o beijo, mostrando o lado romântico tanto do fotógrafo, quanto da cidade - Paris -. Então, encontrei essa fotografia, que me chamou atenção pois expressa um outro tipo de amor, pelo instrumento, pela música. Cuidado, carinho e dedicação é o que a imagem me faz sentir!

O contraste de cores, o cenário e principalmente o personagem deixando de cobrir-se para proteger seu instrumento, fazem um retrato da sensibilidade e fragilidade humana para com o mundo que o cerca. A fotografia deixa de ser um papel e ganha vida, ganha sentimento e um propósito.

Benjamin Abrahão Botto



Esta foto de Botto nos permite observar parte da cultura material do cangaço. Nela podemos ver as saias curtas das mulheres, o famoso chapéu de cangaceiro, os sapatos, as armas do cangaço, entre outros objetos próprios da cultura daquele grupo.  É também possível observar a geografia do local. Não posso dissertar muito mais do que isso sobre o studium desta foto pois meu conhecimento referente a esse momento histórico é muito superficial.
Posso, no entanto, falar sobre seu punctum, sobre aquilo que atraiu minha atenção. Observando a imagem, meu olhar é arrastado para a cabeça de Lampião. Ele ocupa lugar no cento da foto (mais uma característica do studium: a centralidade do chefe do bando e da figura masculina) e, portanto, seria de se esperar que atraisse a atenção do observador. Mas não é seu corpo que me punge, é seu rosto, sua cabeça.  Ela se põe logo acima da linha do horizonte, e acima dela está apenas o céu. Há, é verdade, as árvores, mas estas ocupam um lugar periférico na foto, estando no fundo ou nos cantos, como que margeando a cabeça do cangaceiro. Nesta foto, a cabeça de Lampião, com seu chapéu de meia lua, parece ser o sol – símbolo tão associado ao sertão –  nascendo por detrás da serra.
Na foto estão registrados Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e Maria bonita, sua companheira, além de uma terceira personagem não identificada.  São de autoria de Benjamin Abrahão Botto as únicas imagens, em vídeo e fotografia, do cangaceiro e seu grupo. O líder do grupo autorizou que o fotógrafo realizasse o registro do grupo, dando-lhe inclusive autorização por escrito para isso e acrescentando que não permitiria isso a nenhuma outra pessoa.  As imagens eram feitas no acampamento onde o grupo se encontrava, conviveu com o grupo por pelo menos seis meses no ano de 1936.
Depois do golpe de 1937, que culminaria no Estado Novo, o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do governo confisca e analisa o material registrado por Botto, considerando-o inadequado, por possuir registro do bando de Lampião e em 10 de maio de 1938 Benjamin é assassinado por 42 facadas, sem que o crime fosse devidamente esclarecido.


Gabriel C. de S. Santos e Lígia M. G. Rolfsen

Futebol: Um olhar diferente!



Alice Brill Czapski, alemã nascida em Colônia no ano de 1920. Na década de 30 vem para o Brasil refugiada do Nazismo que ganhava corpo pelo território Europeu; dedicou-se além da Fotografia à pintura e ao desenho com temáticas da paisagem urbana e, inclusive, em fases posteriores de sua carreira, aproximações com o "Abstracionismo".
A princípio, o que mais nos chamou a atenção foi o fato da foto (Estádio do Pacaembu, São Paulo, SP. 1953) ser registrada por uma mulher em um ambiente predominantemente masculino. Os principais pontos a serem destacados da imagem são: vestimenta do público, isto é, o uso de ternos e gravatas, sapatos, chapéus dão um tom de formalidade àquilo que se costumava chamar de espetáculo - na voz de um grande narrador esportivo da época, Fiorri Gigliotti..."Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo."
Um segundo ponto que chama a atenção é o fato dos dois homens, que estão no primeiro plano da foto, estarem em cima de um caixote. Dito de outra forma, a pose, a sombra e o seus próprios olhares em relação a partida se diferem da multidão que está logo atrás deles, ou seja, a suposta comemoração (de um possível gol, uma falta, fim de um jogo...) da arquibancada em contraposição a imobilidade de ambos.  
Um úlitmo ponto a ser observado por nós foi o fato da presença de diferentes "tipos humanos" seja pela presença de crianças, seja pela presença de negros e vendedores do estádio. Em última palavra: a diversidade que o esporte, desde aquela época, proporciona.


Tiago de Freitas  e Maiara Maziero.

 


 

George Rodger




Fotógrafo: George Rodger ( 1908- 1995)
Obra: Campo de concentração Bergen-Belsen, 1945.

Essa foto nos interessou primeiramente pois mostra uma vala comum cheia de corpos dos perseguidos pelo nazismo. Isso demonstra o tamanho da crueldade com a qual os judeus e outras minorias foram submetidas durante o regime de Hitler. Nessa foto, também, observamos soldados britânicos obrigando as oficiais da SS (que vigiavam o campo) a recolher os corpos de dentro da vala. Essa imagem é impactante pois ele foi o primeiro jornalista e fotógrafo a entrar no campo de Bergen-Belsen. Além dessa foto, existem outras desse mesmo campo feitas por ele.

Victor Zeferino e Guilherme Vassão

segunda-feira, 10 de outubro de 2011


The 2011 National Geographic Photo Contest

Olá pessoal!
Já que estamos em uma vibe fotográfica, vi um negócio super legal no site da National Geographic e resolvi compartilhar. Todo ano eles lançam um concurso de fotografias, com várias categorias: natureza, pessoas ou lugares. O concurso desse ano está com as inscrições abertas, mas tem uma ("singela") taxa de $15 por foto e o primeiro prêmio é de $7500 dólares. Mas acho que o mais legal é ficar olhando as fotos, dá pra ver todas as fotos postadas, e tem algumas muito bonitas.
O link do concurso é esse http://ngm.nationalgeographic.com/ngm/photo-contest/
espero que vocês gostem!